Grãos de areia percorrem a ampulheta febril Fio do tempo, outrora correu, a muito se partiuConfusão instala em montes de grãos a acumularMemórias que se esvaem, perdidas sem cessar Eu sei… Que em meio a todas essas ondas do rio LeteUma única sensação incômoda se repete Ainda estou aqui… E apesar da casca envelhecida queContinuar lendo “Este Sentimento Nostálgico”
Arquivos da categoria: Poema
Incêndio na Campina
Devaneio onírico na campina ardente Sinto temor em captar o olhar incandescente De demônio escondido e feição ridente Em meio às chamas de teor clarividente Fogo que consome minha mente Frágil como um reles infante … É tão belo estar neste campo verdejante Olho ao redor e vejo sinais de felicidade exultante Em meio àContinuar lendo “Incêndio na Campina”
Carrossel Luminoso
Ah… tão brilhanteCorro atrás, persigo, esbaforidoA luz divina que me dará tudoMinhas frágeis asas me conduzem até fim distante O caminho é árduo e repleto de horrores colossaisMas, com certeza, me sobressai perante aos demaisGargântuos membros afugentam de confins abissais Olho para trás, já percorri bastanteAinda falta pouco para que chegue em meu objetivoCansado, sigoContinuar lendo “Carrossel Luminoso”
Sem Título e sem Sentimento
Mórbidos corvos mutiladosCaem em abundância de céu poenteSinto no peito dor latentePensando naquilo que me faz carente Um fio luminoso de esperança brilhaEnegrecido pelo desespero crescenteAinda que nenhum enlace seja permanenteVejo o futuro com temor de repente A esperança que morre nos trilhos do tempoRenasce após temporada em fogo ardenteBrevemente extinta por crepitar reluzentePara nuncaContinuar lendo “Sem Título e sem Sentimento”
Um Desconforto
Vejo a tempestade molhar o AtacamaO fogo consumir a grande depressão submarinaO medo preencher o coração daqueles que não tememOdor do caos invade minha narinaEnquanto vejo o ódio declarar que ama Vejo o Vesúvio mais uma vez ruirE de sua boca, leite sairAssim como afogaram em magma no passadoO italiano, em lacticínio, será esmagado AntigamenteContinuar lendo “Um Desconforto”
Banho
Escorre ímpida pela minha pele repleta de cicatrizesLíquido primordial e solúvel infinitoQuando cai em mim a gota da sapiência inevitávelComo um sopro de um vazio incrustado em arenitoEnsaboo-me, cravando uma sequência em inúmeras matrizes Reflito mais uma vez sobre aquilo que me ruiu em internoFaço de tudo para escapar de tão ardente infernoAinda que meuContinuar lendo “Banho”
Primavera Fria do Anticristo
Vejo as flores murchandoO verde se esvaindo da pintura do horizonteVeneno que escorre dos seios da TerraParaíso perdido que se amarraEm tristes momentos, A vida se acaba em morteA Primavera teve um fim Folhas caem secasNos meus pés descalços Não há mais verão, apenas o triste outonoBomba lançada em Gaia nos trás alvorada friaUm desrespeitoContinuar lendo “Primavera Fria do Anticristo”
Cacofonia
Onomatopeias enfeitam meu quartoAmbiente sonoro repleto com o medoDe vários homens escondidos em suas casasLíder em negação aponta seu dedoEnquanto preenche seu bolso fartoAssim como o miasma espectral do vírus mortalPróprio Tânatos caminha nas ruas da cidadeVejo-o da janela, tão belo e temível Assim como Eros, seu irmão em propriedadeDe mãos dadas em vista daContinuar lendo “Cacofonia”
Mais um desabafo sem sentido
Como explicar a que ponto cheguei?Me sinto forçado a chorar por palavrasPois não sei como fazer lágrimas desceremObtuso ao fato que não mereça Um alívio que me faça esquecerQue o mundo não é como gostaria Que merda,Por que teve que ser assim?Apaixonar-se de primeira, sem ao menos provar?De seus doces lábios cor de cerejeira?A queContinuar lendo “Mais um desabafo sem sentido”
Uma gota, uma vez…
Mais uma gota… No receptáculo infinito de possibilidades Co(r)po meu cheio de água Ainda que procure apenas a gota específica Que me faça sorrir genuinamente Pela primeira vez… Julgo que meu cerne não é o suficiente Ou que não transpareço o que quero que vejam Ou simplesmente não veem por que não querem Queria serContinuar lendo “Uma gota, uma vez…”